Mais do que um Centro Espírita, companheiros corajosos como Segesfredo Marcondes e Hoddo Dottori, foram mais além: não fundaram um Centro, mas um órgão de unificação, a União Espírita Cachoeirense, em 05 de março de 1918.

Em documento histórico da Instituição, deixado datilografado por Ângelo Buono, temos os dizeres: “…o espiritismo em Cachoeira, de há muitos anos vinha sendo praticado à revelia. Não havia orientação metódica, fazendo cada um a sua maneira, porém, todos de boa vontade. Pouco estudo se praticava àquela época e misturava-se mesa branca com umbanda. As reuniões faziam-se nas casas de confrades, às escondidas, receosos da sociedade e do clero. Sempre se encontravam homens destemidos e conhecedores do espiritismo, conhecidos e respeitados pela população, que divulgavam abertamente, à luz do dia, a Doutrina de Allan Kardec, distribuindo livros. Mesmo assim a perseguição contra os espíritas era intensa, e até as autoridades obedeciam às imposições do clero. Não era fácil ser espírita!”

 “Possuidores de uma fé inabalável, esses paladinos da fé realizavam suas reuniões mediúnicas em rodízio nas casas de confrades.  Um dia era na casa dos Bastos; outro dia na casa dos Rocha; outro, na casa dos Prado… Uma vez na casa de Segesfredo… Outra na casa dos Dottori. Segesfredo era conhecido no seu meio como o “Allan Kardec Cachoeirense”. Divulgava a doutrina em todas as esquinas, sempre que surgia uma oportunidade. Lá distribuía livros e tinha sempre um papinho evangélico a pregar.”

“Mais tarde, espiritas destemidos se uniram e se prontificaram a levantar a bandeira da codificação Kardequiana. Esses homens valorosos foram Hoddo Dottori, Segesfredo Marcondes de Oliveira, Alberto Gonçalves de Barros, Alfredo Manuel da Rocha, Antônio Ferreira, Antônio Martins Lara, Vicente Buono, Antenor de Castro Vasconcelos, Benedito Borges da Silva, Antônio da Silva Martins e outros dedicados seareiros.”

Em documento original, Ângelo Buono transcreve as atividades realizadas pela UEC: “Às quintas-feiras, é o movimento das senhoras Legionárias Espíritas, composto de mulheres da sociedade cachoeirense, que se reúnem para trabalhos voluntários de assistência aos carentes, promovem trabalhos profissionalizantes como bordado, crochê, corte e costura, tricô, corte de cabelo, manicure, alfabetização entre outros… Ao final das aulas, é servida farta sopa para as famílias assistidas. E todos os meses essas senhoras levam cestas de alimentos aos seus lares. Durante o ano é feito um bazar para angariar fundos para a manutenção desses benefícios às famílias. A União Espírita Cachoeirense mantém em sua sede aulas de curso cristão e evangélico às crianças.

Mantém também na Rua Maestro Lorena, 285, um asilo para velhinhos desamparados por suas famílias, em regime de internato, com o nome de Asilo Antônio de Pádua e anexo a este o Albergue Noturno Nhá Gé, para abrigar por 3 dias os andantes que passam por Cachoeira Paulista.”

 Consta que Segesfredo Marcondes, além de um dos fundadores, foi o primeiro Presidente da União Espírita Cachoeirense.

“O lavrador pode espalhar as sementes à vontade e onde quer que esteja, mas precisa reconhecer que a germinação, o crescimento e o resultado pertencem a Deus.” 
Livro Os Mensageiros, Cap. 25, de André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier.

 

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